domingo, 22 de maio de 2011

Noite de Maio

As últimas noites foram bem frias
Comum para esta época
No meio de uma longa temporada.
Onde não se sabe do tempo seguinte
Porém que talvez se espere mais.

Não diferente das outras estações
A vontade da proximidade é exuberante
Nesse tempo parece que a necessidade aumenta.
Não só para os solitários acostumados com seu estar
Também aos que odeiam a falta.

O desejo de morrer talvez seja da mesma intensidade de ter alguém.
Não qualquer alma para satisfazer momentos
Mas sim algo mais forte, tão poderoso para melhorar os piores dias.
Desses de maior sofrimento, que prolongam a tortura do frio...

Nem todo o ser quer algo tão intenso.
Aos que tem rejeitam o que faria outro mais que feliz
Além do limite da felicidade, amor isso se desses há limites.
Complicações que são impostas criam obstáculos.
Que só existem se quiser por a frente
Assim surgindo o ponto final, prazo de validade o tempo de troca.

Continuando a apreciar cada momento desligado
Ter peso quem sabe por culpa própria.
Diante da procura de uma saída.
Essa fuga sem trajetória
Como o crescer das letras numa folha em branco.

Os poetas hoje não tem mais seu valor
São como qualquer sombra ali pronta para quem o perceba
Tempos atrás tanto romantismo para o atual nada.
E aumenta os descrentes do amor.

Procura-se estabilidade, estética.
Cada vez mais voltados a futilidades
A cada dia parece que envelheci anos
Resumindo em uma satisfação da solidão
O silêncio já faz parte desse ambiente.

Ao mapa que andei planejando para a vida
Já era previsto o tanto de desgosto.
Das pessoas que achava que eram as certas.
Falsas promessas que quebraram confiança.
Dos pedaços quebrados que ainda junto do coração.

Ainda há a chama atrás do esforço
Da vontade, que, porém a cada segundo vejo que não faz diferença.
Queria estar em outro lugar agora o qual me faz sentir falta daqui mesmo.
Confuso para tanto pouco.

Amanhã seria um dia perfeito para ver o mar
Noite fria de lua cheia e uma espetacular paisagem torneada de estrelas.
O qual mal poderia sentir o nariz com o ar congelado agindo.
Nada mais.

Todo o tempo penso nas possibilidades que poderiam dar certo
E o ser mais...
Só para entender se seria diferente.
“Os ignorantes são mais felizes.”
Sou assim também, mas estou cego...
Aí queria regredir para diversão da vida.


(R.Carlos)

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